Pagar por Uso

Em sistemas pay-per-use, você cobra por cada vez que o sistema é utilizado. Dinheiro é o feedback máximo. Não apenas é concreto, como você também pode gastá-lo. Conectar o fluxo de dinheiro ao desenvolvimento de software provê informação precisa e em tempo que pode ajudar a direcionar o desenvolvimento.

Muitos softwares já são pay-per-use. Centrais de comutação telefônica, bolsas de valores eletrônicas e sistemas de reserva aérea cobram uma taxa por transação. Apesar do modelo pay-per-use ter vantagens e desvantagens, a informação que ele gera pode ajudar a aprimorar o processo de desenvolvimento de software.

As práticas atuais requerem que o cliente pague por cada release do software. Pay-per-release coloca em oposição os interesses do cliente e os do fornecedor. O fornecedor é motivado de forma egoísta a lançar muitos releases, cada um contendo o mínimo possível de funcionalidades necessárias para fazer os clientes quererem pagar por eles. O cliente deseja menos releases (devido a dor do upgrade), cada um contendo muitas funcionalidades. A tensão entre esses dois conjuntos de interesses reduz comunicação e feedback.

Mesmo que você não possa implementar pay-per-use, talvez você consiga usar um modelo de subscrição, no qual o software é comprado mensalmente ou trimestralmente. Com o modelo de subscrição, a equipe tem, ao menos, a taxa de retenção (o número de clientes que continuam subscritos) como uma fonte de informação sobre como a equipe está indo. Uma mudança ainda menor no modelo de negócios seria fazer os contratos pesarem mais no sentido de taxas de suporte e menos em termos de pagamentos no início.

Uma objeção ao modelo pay-per-use é que os clientes desejam custos previsíveis. Se a vantagem no preço do pay-per-use for suficientemente grande, o cliente talvez não se importe. Uma equipe usando a informação gerada pelo modelo pay-per-use deve ser capaz de fazer mais trabalhos eficazes que uma equipe confiando em feedback apenas gerado pelas receitas de licenças.

Autoria

Texto de Vinícius Manhães Teles.
Ilustrações de Leandro Mello.

Publicado em 02/10/2006.

Licenciado como Creative Commons Atribuição.